Senado homenageia Ronaldo Cunha Lima na data em que festejaria 77 anos
Hoje, 18 de março, dia em que vivo estivesse comemoraria
mais um aniversário, Ronaldo Cunha Lima será homenageado pelo Senado da
República. A sessão solene acontecerá às 18 h, com palestra do ex-prefeito de
Campina Grande, Félix Araújo Filho, um dos mais notáveis oradores das novas
gerações. Vários parlamentares, da Paraíba e de outros Estados, inscreveram-se
para intervenções na tribuna do Senado. A sessão foi proposta pelo senador
Cícero Lucena, (PSDB) e ocorre no dia em que o poeta faria 77 anos de idade.
Além de Cícero, Cássio Cunha Lima e Vital do Rego, deverá falar, por exemplo, o
senador José Agripino, do DEM do Rio Grande do Norte. Ele foi
governador do vizinho Estado quando Ronaldo governou a Paraíba e juntos viveram
momentos importantes na vida pública no Nordeste, tendo atuado, ainda, na mesma
legislatura, no Congresso. “Era um homem probo, competente e de agradabilíssima
convivência”, depõe Agripino.
Depois da sessão haverá o lançamento de uma nova edição do livro “Eu e Outras
Poesias”, do escritor paraibano Augusto dos Anjos. A edição foi especialmente
preparada pela Academia Paraibana de Letras, com coordenação editorial do
jornalista e escritor Gonzaga Rodrigues, e tornou-se viável graças à mediação
de Cássio, filho do ex-senador, junto ao Conselho Editorial do Senado. Ronaldo
era grande admirador de Augusto dos Anjos e foi premiado respondendo de
improviso, e em versos, sobre a vida e obra do poeta em programas de
televisão. A secretaria de Comunicação do Senado está preparando um
documentário que será exibido por ocasião da solenidade. “Habeas pinho”, o
poema mais famoso de Ronaldo, deverá ser declamado, tendo como fundo o som de
violão de sete cordas. A sessão será transmitida ao vivo pela TV Senado. No “Habeas
pinho”, Ronaldo solicita em versos a um juiz de Campina Grande a soltura do
violão de um boêmio que havia sido apreendido a pretexto de barulho incômodo
durante uma serenata em tempos passados da história daquela cidade.
O jornalista Gonzaga Rodrigues confirmou presença em Brasília, juntamente com o
presidente da Academia, Damião Ramos Cavalcanti, e o jornalista José Nunes.
Através das redes sociais, o senador Cássio Cunha Lima formulou convites a
paraibanos para prestigiarem a homenagem a ser realizada pelo Senado Federal.
Cássio afirmou que Ronaldo engrandeceu a vida pública e intelectual da Paraíba,
lembrando também a sua atuação no combate ao regime militar de 64, o que
motivou a cassação do mandato como prefeito de Campina Grande, apenas 43 dias
depois de ter sido investido no cargo. Mais tarde, com a redemocratização,
Ronaldo voltou à prefeitura nos braços do povo, sendo eleito em 1982 para um
mandato que acabou tendo duração de seis anos. O poeta era natural de
Guarabira e tinha forte carisma junto ao eleitorado paraibano. A viúva, Glória,
e outros familiares, estarão presentes em Brasília. Ronaldo candidatou-se a
governador em 1990 pelo PMDB. A disputa foi para o segundo turno e ele
enfrentou o ex-governador Wilson Braga, saindo vitorioso e tendo como
vice-governador o atual senador Cícero Lucena. Ele fez uma campanha empolgante,
batendo na tecla da renovação de costumes políticos e administrativos da
Paraíba e abordando o quadro de empobrecimento a que o Estado havia sido
submetido. Criticou, também, a alternância no poder entre figuras carimbadas da
política paraibana. Teve o apoio, no segundo turno, do ex-deputado federal João
Agripino Neto, que concorrera ao governo pelo PRN.
Na sua atuação parlamentar, Ronaldo foi pródigo na discussão e aprofundamento
de matérias, bem como na apresentação de projetos, no âmbito do Senado,
deixando vasta contribuição para aperfeiçoar os mecanismos de representação
política e social. Deixou os quadros do PMDB por divergências com o
ex-governador José Maranhão e filiou-se ao PSDB. Ele foi um dos poucos líderes
políticos a exercer todos os mandatos inerentes à atividade: começou como
vereador em Campina Grande, foi deputado estadual, prefeito da cidade,
governador, senador e deputado federal.
Redação com Nonato Guedes
Fonte: PB Agora