Coluna do Dr. Edgley Porto - A Boca em alerta! Doenças transmitidas pelo beijo.
O beijo é a forma mais tradicional de se demostrar afetividade. A
filematologia, ciência que estuda o beijo e as suas funções,
afirma que o beijo influência muito os comportamentos sexuais tanto da mulher
quanto do homem.
Enquanto os homens utilizam o beijo para atingir um
envolvimento sexual, as mulheres em geral utilizam o beijo para avaliar o
estado da sua relação e o comprometimento do seu parceiro.
Estudos revelam também que a saliva masculina
contém grandes quantidades de testosterona, o que afeta a libido da
mulher, desempenhando um papel fundamental na atração sexual e na escolha
dos parceiros, já que o primeiro beijo pode afastar ou dar forças para a
relação.
Em grandes eventos sociais como o São João e o
Carnaval, que reúnem uma considerável aglomeração de pessoas, o hábito de
beijar se intensifica. Entretanto, tem se tornado cada vez mais comum,
principalmente nesses eventos, a prática de se ter a troca de beijos entre
vários parceiros, a grosso modo, o hábito de beijar mais de uma pessoa.
Beijar movimenta 29 músculos e queima
aproximadamente 12 calorias. Mas, em apenas um beijo, duas pessoas trocam, em
média, 250 bactérias e por
isso beijar na boca pode ser um veículo importante de transmissão de doenças
como gripe, hepatite, tuberculose, herpes labial e em determinadas situações,
a sífilis ou a AIDS, se houver feridas ou cortes na boca.
Algumas doenças transmitidas pelo
beijo na boca são:
Principais doenças transmitidas pelo beijo
Herpes Mononucleose Gengivite Cárie Meningite Sífilis Hepatite B Gripe |
Herpes labial:
Herpes labial é uma doença causada por um vírus,
geralmente o herpes simples 1. A transmissão ocorre quando há machucados
na boca, como bolhas ou úlceras. Não é uma doença grave, porém,
requer um tratamento específico. Os sintomas são locais: lesões cutâneas cheias
de líquido claro ou amarelado aparecem formando crostas quando se rompem e
podem causar coceira, ardor e formigamento que duram uma semana. Mesmo que no momento do
beijo o parceiro não tenha nenhum indício do problema, ele pode ter o vírus
causador da doença e transmiti-lo. Depois do contágio, não há cura e a pessoa
passa a conviver com o herpes, que pode se manifestar anos mais tarde,
geralmente durante fases em que estiver com a imunidade
baixa. O tratamento é feito com
antivirais que reduzem os períodos em que ela aparece. Consulte um dentista ou médico
se suspeitar que está com herpes simples.
Mononucleose:
Mononucleose Infecciosa é conhecida como a doença do
beijo, pois é causada por um vírus chamado de Epstein Barr, que se
transmite através da saliva de pessoas infectadas. O vírus Epstein Barr fica incubado por 30 a 45 dias e uma vez infectada a pessoa o carrega para
sempre, podendo ser contagioso em ocasiões especiais.Muitas pessoas têm contato
com a doença, porém raras vezes ela se manifesta. O diagnóstico é feito através dos sintomas do
paciente, que são: mal estar, dor de cabeça, febre, dor de garganta, ínguas
no pescoço, inflamação no fígado, fadiga e inchaço. A mononucleose pode
ser confundida facilmente com as viroses comuns do inverno. Como nas demais
viroses, não existem medicamentos específicos para combatê-la. O tratamento é
feito com antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios e repouso. Se não
identificada e tratada corretamente, ela pode até evoluir para doenças mais
graves, como o câncer, por exemplo.
Como estas doenças podem ser
transmitidas pelo beijo, a melhor forma de evitar contaminar-se é só beijar o
namorado (a) ou cônjuge. Pois neste caso, há uma maior relação de confiança e
é mais fácil o indivíduo saber se o parceiro está ou não doente.
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“A
melhor forma de prevenir a Mononucleose é manter uma boa higiene e, claro,
não beijar ninguém com suspeita da doença!”
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Gengivite:
A gengivite é a inflamação da gengiva, o sinal mais comum da doença é vermelhidão na região e o fácil sangramento, até mesmo durante a escovação. É causada pelo acúmulo de placa e tártaro nos dentes. Para tratar, é necessário procurar o dentista e manter os cuidados diários: O principal cuidado que todos devem ter é escovar da maneira correta diariamente. Uma escovação correta consiste em utilizar a escova certa em todos os dentes e língua e passar fio ou fita dental, além de fazer visitas periódicas ao dentista, pelo menos de seis em seis meses.
Cárie:
É uma doença infectocontagiosa causada por
bactérias como Streptococcus mutans, que provoca a desmineralização do esmalte
do dente, ocasionando destruição localizada, progressiva e irreversível. A
cárie é multifatorial, ou seja, seu surgimento pode ocorrer devido à presença
de carboidratos e sacarose (açúcares) na alimentação, estrutura sociocultural,
aspectos hereditários e imunológicos, além dos micro-organismos presentes na
cavidade bucal, no entanto, estes não são determinantes, e sim, participativos.
Se você não
dá a devida atenção à higiene bucal, pode pegar – e transmitir – cárie através
do beijo. Para evitar pegar a bactéria alheia, capriche na escovação e não abra
mão do fio dental diariamente, assim você fortalece a imunidade bucal e as
bactérias não encontrarão um ambiente propício ao desenvolvimento. Dentistas
também recomendam atenção: observe se a pessoa tem todos os dentes ou se eles
estão amarelados e/ou escurecidos. A única
maneira de evitar qualquer contaminação de qualquer doença pelo beijo é sabendo
quem beijar. Também é importante higienizar as mãos sempre que possível, não
compartilhar objetos íntimos como escovas de dentes.
Meningite:
O beijo também pode transmitir a meningite, infecção causada por bactéria ou vírus que ataca as meninges, membranas protetoras do cérebro, medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. Quando causada por vírus o quadro é leve e os sintomas são parecidos com os da gripe e, normalmente, espera-se que se resolva sozinha como outras viroses. Febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo são sintomas da meningite bacteriana. É importante introduzir os medicamentos adequados para combater essa forma da doença antes que cause danos neurológicos irreversíveis. É possível prevenir a meningite tomando vacinas.
De acordo com um estudo realizado por médicos
australianos, beijar na boca de múltiplos parceiros aumenta em quatro vezes a
chance de pegar meningite meningocócica. A definição de “múltiplos” para os
pesquisadores é de sete pessoas em duas semanas. A transmissão da meningite
preocupa os médicos, já que a doença tem uma evolução rápida e pode ser fatal.
Sífilis:
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível e raramente é transmitida pelo beijo, causando ferida indolor na gengiva, órgãos genitais, palma da mão e planta dos pés. Mesmo sem tratamento elas podem desaparecer, mas o vírus ainda está presente no corpo e pode causar outros sintomas como manchas avermelhadas na pele e nas mucosas, além de alterações no sistema nervoso central. O tratamento é feito com antibióticos e acompanhamento através de exames de sangue.
A sífilis pode ser transmitida pelo beijo, se a
outra pessoa estiver contaminada e tiver alguma ferida na boca. A forma mais
comum de contágio, no entanto, é a sexual. A doença é causada por uma bactéria
chamada treponema pallidum e pode aparecer em diferentes partes do corpo e
levar até uma semana após o contágio para aparecer.
Hepatite B:
Há o risco de transmissão de hepatite B pelo beijo, pois o vírus está presente na saliva da pessoa infectada. Os sintomas são parecidos com o da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas). É possível prevenir o contágio através da vacina. O tratamento alivia esses sintomas e suas complicações, mas não há um consenso sobre os medicamentos antivirais.
Gripe:
Não é porque os casos de gripe comum e gripe A (H1N1) estão menos frequentes que a doença desapareceu. O vírus da gripe mais temida em 2009 ainda está por aí, fazendo novos casos. E se a transmissão pode ocorrer por meio de um espirro, imagine o que um beijo não é capaz. De acordo com os médicos, o beijo é uma maneira extremamente eficaz de contaminação.
Os sintomas da gripe A são semelhantes aos de uma gripe comum, com febre, tosse, coriza e dores de cabeça e no
corpo. Portanto, o ideal é ficar atento. A recomendação é que a população siga
medidas como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de
evitar tocar com as mãos nos olhos, bocas e o nariz sem os devidos cuidados de
limpeza.
Curiosidades
• A saliva não transmite o vírus da AIDS, que só é
transmitido através do sangue. Se o beijo acontece entre duas pessoas que têm
gengivite, ou qualquer outro ferimento na boca, o HIV pode penetrar na corrente
sanguínea.
• Após ter comido doce e sem a devida escovação dos dentes, se o beijo acontece, pode haver a transmissão de um coquetel de ácidos de bactérias e açúcares.
• Se a pessoa tem placa bacteriana, as chances de se adquirirem novas cáries são bastante grandes; idem em relação à gengivite.
Precauções
• Feridas nos lábios, mau hálito, dentes mal
cuidados e sangramento gengival (gengivite) são indicativos de maus cuidados
com a higiene bucal; e o beijo deve ser evitado.
• Um beijo mais ardente pode provocar sangramento na região do” body-piercing”, havendo o risco de infecção do vírus HIV, se o sangue entrar em contato com a lesão bucal.
• É necessário realizar uma boa higiene bucal diariamente e sempre após as refeições. Escovar os dentes, a língua e usar o fio dental.
• Também, antes e após o beijo, fazer uma rigorosa escovação nos dentes, língua e usar o fio dental.
Cuidar da
saúde bucal reflete na saúde como um todo. Não se trata apenas de uma mera
informação. Acima de tudo, é uma questão de saúde pública (pois todos têm o
direito de cuidar de sua saúde). Os cuidados da saúde bucal também devem
fazer parte da saúde geral da pessoa.
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Outra atitude que pode ajudar a evitar a transmissão de doenças é
fugir dos excessos. Beijar qualquer um o tempo todo facilita a transmissão,
há que se evitar o excesso. Aliás, qualquer tipo de excesso, inclusive o de
bebida, até porque, o fator agravante de eventos sociais como o São João e o
Carnaval é que com muita bebida ou droga a pessoa perde a capacidade de
administrar o próprio comportamento e extrapola. Então, isso deve ser
evitado.
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Email: edgleys.porto@hotmail.com