Médicos suspendem atendimentos nesta terça e quarta-feira na Paraíba.
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Os médicos das redes pública e privada devem paralisar o
atendimento à população na manhã desta terça (30) e quarta-feira (31) na Paraíba.
De acordo com Roberto Moraes, secretário do Conselho Regional de Medicina
(CRM), a expectativa é de que pelo menos as cidades de Patos, Sousa, Cajazeiras,
no Sertão do estado, Campina Grande, no Agreste, além de João Pessoa adiram ao
movimento. Atendimentos ambulatoriais e consultas estão suspensos, apenas os de
urgência e emergência devem ser prestados na manhã de hoje. Como na última
terça-feira (23), os médicos protestam contra o Programa Mais Médicos, criado
para levar esses profissionais ao interior do Brasil, e o Ato Médico, que
regulamentou a atuação da categoria.
Em Campina Grande, segundo o vice-presidente do
Conselho Regional de Medicina (CRM), Noberto Neto, cerca de 500 médicos e
estudantes de medicina devem se reunir às 9h de hoje na sede da Sociedade Médica,
às margens do Açude Velho. O objetivo é apoiar a paralisação nacional. Todos os
serviços públicos ambulatoriais, procedimentos cirúrgicos eletivos e
atendimentos em postos de saúde devem ser interrompidos na cidade nesta
terça-feira (30) e quarta-feira (31).
Já em João Pessoa, de acordo com Roberto Moraes,
a princípio é que o atendimento seja suspenso apenas no período da manhã. No
entanto, uma assembleia está marcada para as 10h na sede do CRM para decidir se
a dinâmica do protesto será alterada. “Caso os profissionais decidam, não está
descartada a paralisação da categoria também no período da tarde”, enfatizou.
Os motivos que levam a categoria a protestar são os mesmos
da última terça-feira (23) quando houve paralisação durante todo o dia. “Não
aceitamos as medidas intransigentes do governo federal que, com demagogia,
tenta trazer à população a falsa sensação de que o problema da saúde brasileiro
estará resolvido caso os programas sejam postos em prática”, disse Roberto
Moraes.
Faltam médicos na
Paraíba, diz CRM
O secretário do CRM reconhece que faltam médicos em muitos
lugares da Paraíba, mas ressalta que o problema não será resolvido enviando os
profissionais para o interior do estado.
“É preciso que os médicos tenham condições de trabalhar. O
que um profissional vai fazer no interior da Paraíba se não há uma enfermeira
para auxiliá-lo, se não há um hospital com condições de atendimento básico para
a população? É necessário que o governo converse com a população e, sem
demagogia, mostre a realidade da saúde pública”, afirmou.
Na quarta-feira (31), a recomendação do Conselho Regional de
Medicina é que os profissionais também paralisem as atividades apenas no
período da manhã. “Na reunião que está prevista para hoje, vamos decidir de que
forma a dinâmica com relação ao protesto de amanhã vai acontecer”, pontuou
Roberto Moraes.
No CRM, há aproximadamente oito mil médicos registrados,
segundo o secretário do órgão. No entanto, apenas cerca de seis mil
exercem a profissão.
Fonte: G1/PB