Classificação emocionante pode servir para fortalecer a Seleção Brasileira, acredita Felipão.



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Na opinião do técnico Luiz Felipe Scolari, a classificação emocionante nos pênaltis contra o Chile pode fortalecer a Seleção Brasileira para o próximo desafio, nas quartas de final, diante da Colômbia, no Castelão, em Fortaleza, dia 4 de julho.

“A cada jogo a dificuldade vai aumentando, mas também, quando se ganha com essa emoção, com essa forma de ganhar, a gente pode fazer disso uma coisa boa, mostrar para os jogadores que, pelo desempenho, valeu a pena. Há uma série de detalhes que a gente vai buscar nos melhores momentos para valorizar”, afirmou o treinador em entrevista coletiva após a partida no Mineirão, em Belo Horizonte.

Felipão lembrou que ele próprio já havia dito que o Chile seria uma seleção complicada de enfrentar. “Como a gente esperava, como a gente havia manifestado, teríamos numa possível classificação do Chile uma dificuldade muito grande. É um time que joga organizado, um time que tem bom sistema tático, bons jogadores, acho que foi um jogo muito equilibrado, posse de bola, chutes a gol, chances de gol. Tão equilibrado que foi aos pênaltis. Uma vitória nossa nos pênaltis não desmerece o Chile, que foi brilhante, mas valoriza nossa busca pela classificação”, opinou.

Mesmo satisfeito, Felipão admitiu que o Brasil precisa corrigir os erros que foram apresentados para conquistar o título da competição. “A Copa do Mundo está mostrando jogos muito equilibrados e emocionantes, equipes que às vezes ninguém imagina, como por exemplo a classificação da Costa Rica, a do Chile, que eliminou os campeões mundiais. Se você não aproveita duas ou três oportunidades como hoje não aproveitamos, você pode pagar caro, e esse é o ensinamento para as próximas rodadas. Poderíamos ter pagado caro hoje, quando aquela bola bateu na trave aos 118”, apontou Scolari, se referindo a um chute de Pinilla que acertou o travessão do gol brasileiro quando faltavam dois minutos para o fim da prorrogação.

Scolari também admitiu que a apreensão chegou a tomar conta dos jogadores em determinados momentos da partida. “Nós passamos que vamos ser campeões e o povo abraçou essa ideia. Agora o povo está cobrando e nós vamos ter que devolver. Quando a gente faz uma promessa tem que ir até o fundo para cumprir aquilo que prometeu. É isso que os jogadores estão fazendo. Existe apreensão, mas vamos superando com trabalho e com vitória. Esse é o quarto degrau, faltam três degraus para que a gente atinja o céu”, disse.

Menos cordialidade
O treinador aproveitou para endurecer o discurso em relação à arbitragem e à pressão que os adversários estão fazendo nos jogos do Brasil. “São os jogadores, o técnico, dúvidas em relação a pênalti, os árbitros estão meio reticentes contra o Brasil. Essa pressão não pode ser só contra o Brasil. Se a gente vai ser campeão não sei, mas tem que ser igual para todos”, afirmou o treinador, acrescentando que a Seleção Brasileira têm sido cordial com os estrangeiros por ser a anfitriã, mas que pode mudar de estilo.

“Nós hoje discutimos depois do jogo no vestiário. Estamos sendo muito cavalheiros, cordiais, educados com os estrangeiros, mas quem sabe não está na hora de mudar um pouco nosso discurso. A gente não precisa ser apedrejado todos os dias por técnicos, jogadores, jornalistas estrangeiros. Não estou mais conseguindo aguentar essa educação. Talvez esteja na hora de pensar um pouquinho diferente e voltar ao meu estilo, que é um pouco agressivo”, avisou.

Felipão, no entanto, deixou claro que está falando em relação ao campo, fazendo questão de elogiar o comportamento do povo brasileiro durante a Copa. “Para o país está sendo importante porque está mostrando que podemos nos sentir orgulhosos do país que temos. Somos alegres, tratamos muito bem a todos, somos muito cordiais. Acho que o nosso país acorda para muitas coisas muitas vezes através do futebol. Não é feio mostrar a brasilidade, ser ufanista, valorizar nosso país”, opinou o treinador.

O técnico da Seleção também fez questão de agradecer os torcedores brasileiros que estiveram presentes no Mineirão. “Hoje foi importante o que a torcida fez. Em alguns momentos não estávamos bem e mesmo assim nos ajudaram. Foi importantíssimo, foi maravilhoso”, resumiu.

Julio César e Neymar
Perguntado se a atuação de Julio César era uma resposta às críticas que foram feitas a Felipão por tê-lo convocado, o técnico foi sucinto. “Eu sou criticado por convocar Julio César, por convocar um jogador que alguém não goste, é a função do técnico. Faço as minhas escolhas, com meu pensamento, com a minha ideia de que aquilo é o mais certo. Não preciso dar resposta nenhuma e nem o Julio César precisa dar resposta. Ele precisar jogar o que joga, porque ele tem a confiança do seu técnico”, resumiu.

Felipão também reclamou de uma falta em Neymar que teria provocado o inchaço da coxa do jogador e atrapalhado sua atuação. “A coxa dele está desse tamanhão. Algumas pessoas falam que o Neymar cai, mas hoje foram 15 faltas no (Alexis) Sánchez e ele se jogou 12 vezes. Teremos três, quatro dias com um inchaço, um problema grande para que a gente possa colocá-lo no próximo jogo”, disse.


Por Mateus Baeta, 

Fonte: Portal da Copa

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