EDUCAÇÃO - Na Paraíba, apenas 46% dos professores do Ensino Infantil têm nível superior.



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Na Paraíba, apenas 46% dos professores da Educação Infantil, que corresponde ao ensino em creches e na pré-escola, têm nível superior. O dado é parte de um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referente a 2013, sobre percentual de educadores com nível superior no país. Ainda segundo a pesquisa, o percentual cai para 23,5% se levado em consideração apenas os docentes da rede estadual.

O doutor em Educação e professor da UFPB, Eduardo Jorge Lopes da Silva, explica que a legislação permite aos formados no curso de nível médio em magistério trabalhar em salas de creche e na pré-escola, mas a pouca qualificação pode prejudicar o aprendizado nas séries iniciais. “Algumas práticas ficam a desejar entre os professores dessa categoria. São profissionais, por exemplo, que acabam não tendo acesso às pesquisas desenvolvidas nas universidades e, por consequência, não implantam eventuais avanços de metodologia nas séries iniciais”, avaliou.

Nas creches e escolas municipais e federais da Paraíba o percentual supera a média estadual. Conforme a pesquisa, a média de professores com nível superior na esfera municipal é de 53,4% e de 91,7% na federal, marcas que elevam percentual geral de toda rede pública para cerca de 53%, quase o dobro do número encontrado na rede privada (28,9%).

Eduardo Jorge comenta ainda que a boa qualificação do docente das séries iniciais é fundamental no desenvolvimento de habilidades que serão imprescindíveis na fase de educação básica. “Uma grande discussão é a de que criança da Educação Infantil não vê conteúdos. O foco está sempre mais para o lúdico. Se o professor não tem a visão de que é preciso aliar o lúdico com o lado pedagógico, acaba se tornando tudo ‘brincadeira pela brincadeira'”, ressaltou.

Investimento em qualificação

Sobre o incentivo na progressão de qualificação, a Secretaria de Educação do Estado da Paraíba informou que existe um programa de formação continuada implantado que ajuda a suprir a pouca qualificação dos docentes. De acordo com o governo do estado, de 2011 até 2013 quase 30 mil professores, a maioria deles ligados à Educação Básica, passaram por cursos especializantes.

Para Eduardo Jorge, um dos problemas com a educação no país reside justamente no tratamento menos cuidadoso com a Educação Infantil. Ele garante que a melhoria da qualificação dos professores que têm o primeiro contato com os futuros estudantes é imprescindível para o aperfeiçoamento da qualidade da educação.

“Temos exemplos de creches no Rio Grande do Norte em que a grande parte dos professores têm doutorado. São referência. Lá eles brincam com as crianças aplicando jogos de cunho pedagógico. A boa formação da criança nessa fase aparece naturalmente nas seguintes. É fundamental qualificar mais para que os professores rendam mais, no sentido de propor novos conhecimentos e, consequentemente, qualificar melhor nossa educação”, arrematou o doutor em educação e professor da UFPB.

Ensinos Médio e Educação Profissional têm maioria de professores formados

O índice do Inep apontou ainda que, na Paraíba, a Educação Profissional é o nível de ensino que conta com mais docente de nível superior, cerca de 93%, seguido pelo Ensino Médio (86%), Educação de Jovens e Adultos (71%), Ensino Fundamental (70%) e Educação Especial (61%). Nos casos dos Ensinos Fundamental e Médio, responsáveis pela maior parte dos alunos matriculados nas escolas do estado, a qualificação superior dos professores da rede pública se mostrou maior que na privada. No caso do Fundamental, a pública atingiu 74% dos professores com nível superior, enquanto a privada mostrou 54%. No Médio, por sua vez, 88% dos professores das escolas públicas e 80% nas privadas comprovaram nível superior.


Por André Resende

Fonte: G1/PB

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