SURF - Gabriel Medina é campeão do Billabong Pro Tahiti e dispara na liderança do ranking mundial.



Gabriel Medina vence Billabong Pro Tahiti em condições épicas na bancada de Teahupoo. Foto: © ASP / Kirstin

Em decisão espetacular,  o brasileiro Gabriel Medina venceu o norte-americano Kelly Slater para ficar com o título do Billabong Pro Tahiti, etapa histórica do WCT finalizada nesta segunda-feira, em excelentes tubos de até 10 pés em Teahupoo, Tahiti.

Com a vitória, Medina dispara na liderança do ranking mundial. Já Slater passa a ser novo vice-líder do Tour. 

Na batalha final, o brasileiro começou com 7.90 e se aproveitou de vários erros de Slater, que vinha dando show na prova e se deu mal diante de Medina. Depois de abordar a missão na primeira tentativa, Slater perdeu a prioridade e viu o brazuca ampliar vantagem com 9.07. 

Em outro erro, o norte-americano não conseguiu completar um tubo e Medina veio novamente com tudo para arrancar 9.43 dos juízes. 
Empolgado, o líder do ranking mundial ainda descartou 8.57, mas finalmente Slater acordou e reagiu com um tubo de grab rail avaliado em 9.63, melhor nota da bateria.

Precisando de 9.33, o norte-americano teve uma ótima chance, mas voltou a errar e foi derrubado pela bola de espuma quando estava prestes a completar um lindo tubo. 

Brasileiro vibra no Tahiti e dispara na liderança do ranking. Foto: © ASP / Kirstin

Em outra série, Medina apostou na primeira onda e se deu mal na fechadeira. Atrás, Slater fez um bom tubo, mas conseguiu 8.97. O norte-americano ainda recuperou a prioridade, já que Medina perdeu um bom tempo ao ser resgatado pela equipe de segurança. 

Em nova tentativa, Kelly Slater deixou a galera apreensiva com um tubão sem colocar as mãos na borda, mas voltou a cair. Nos instantes finais, ele teve outra chance e completou um bonito canudo. A nota demorou a sair e Medina ficou apreensivo. Dois juízes chegaram a dar a virada (9.40), mas a média ficou em 9.30, três centésimos a menos do que ele precisava.

Foi a segunda vez que um brasileiro venceu a badalada etapa taitiana. O primeiro foi o niteroiense Bruno Santos, que disputou a etapa em 2008 depois de passar pela triagem e conseguiu subir ao topo do pódio.

"Já venci vários eventos na minha carreira, mas este foi especial, foi único", comemorou Medina, autor de uma campanha sensacional em Teahupoo. "Não tive oportunidade de viajar no início da minha carreira, só comecei a adquirir experiência quando entrei no Tour, mas já peguei muitos tubos em Paúba e Maresias, onde moro", respondeu o atleta ao ser questionado onde aprendeu a entubar.

Para chegar à final, Medina começou a segunda-feira derrotando Kolohe Andino e Bede Durbidge na quarta fase. O brasileiro colocou pressão na bateria e disparou na liderança com notas 8.50 e 8.87, descartando 7.50 e 6.43. Kolohe ainda esboçou uma reação, mas suas notas 7.57 e 8.00 não impediram a classificação direta de Gabriel às quartas.

O brasileiro voltou a enfrentar Kolohe e Bede nas fases seguintes, mas em confrontos homem-a-homem. A primeira vítima foi o norte-americano, derrotado numa batalha que começou tensa. Kolohe e Gabriel começaram brigando por um melhor posicionamento no pico e demoraram mais de 15 minutos para abrir a bateria. Como os juízes avaliaram que a dupla perdeu muito tempo brigando pela prioridade, o duelo não foi reiniciado.

Depois de um longo período, Medina surfou a primeira onda e Kolohe veio na de trás. Ambos começaram rigorosamente empatados com 6.50. Depois de alcançar a liderança com 6.90, Medina passou por dentro de um longo canudo para arrancar 9.57 dos juízes. O norte-americano novamente tentou dar o troco logo atrás e até comemorou, mas teve 8.77.

Não demorou muito para o brasileiro ampliar vantagem ao trocar 6.90 por 7.70, deixando o adversário a 8.51 da vitória. A partir daí, Medina optou por segurar a prioridade e até deixou Kolohe ir na última onda, mas o norte-americano não conseguiu controlar a prancha depois do drop e perdeu o tubo.

Ainda pelas quartas, destaque para as notas 10 obtidas por Bede Durbidge na vitória sobre Adrian Buchan e por Kelly Slater no confronto contra Owen Wright. 

Bede teve muito trabalho para superar o defensor do título da prova, autor de 9.70 e 9.30, contra 10 e 9.87 do adversário.

Slater entrou na água de forma avassaladora. Na melhor onda, o norte-americano fez um drop sinistro, botou pra dentro de uma placa assustadora e chegou a ficar sem as mãos na borda, saindo ileso para arrancar 10 pontos. Ele já tinha 9.80 no somatório e ainda deu-se ao luxo de descartar 9.00, 7.00, 8.67, 7.70 e 8.77.

Mesmo surfando muito bem, com 8.00 e 8.10 nas melhores ondas, Owen não foi páreo para o 11 vezes campeão mundial e ainda perdeu muita energia depois de levar uma vaca cabulosa no confronto. O australiano teve a sua atitude reconhecida pela direção de prova e ganhou o prêmio em memória a Andy Irons, já conquistado por Jeremy Flores (2011), Ricardo dos Santos (2012) e John John Florence (2013).

Quem também arrebentou nas quartas foi John John. Sempre muito à vontade em condições tubulares, o havaiano mandou 9.80, 9.33 e 9.87 na vitória sobre o aussie Dion Atkinson, que obteve 8.33 e 9.43.

Na primeira semifinal, Gabriel Medina imprimiu um forte ritmo para barrar Bede Durbidge. O brasileiro já largou na frente com um tubão nota 9.67 e não demorou muito para somar 9.00 e deixar Bede precisando de uma combinação de pontos. O australiano teve uma boa chance na primeira onda e botou pra dentro de uma craca, mas não conseguiu completar e a partir daí ficou a ver navios no outside.

A outra semifinal foi um dos confrontos mais aguardados do evento, já que Slater e John John vinham fazendo as melhores apresentações do Billabong Pro Tahiti. E a batalha foi épica, como todos esperavam. 

O havaiano já largou na frente com 9.90, mas Slater também veio com tudo na outra onda, fazendo um drop insano e jogando pra dentro do turbilhão. Nota 10 para o atleta da Flórida.

John novamente mostrou serviço e entubou com maestria para conseguir a liderança com 9.10. Precisando de 9.00 para recuperar a ponta, Slater fracassou em uma bela tentativa (8.17) e ainda viu o adversário ampliar vantagem com 9.40, mas não se abalou. Com uma bomba nervosa, o 11 vezes campeão mundial conseguiu a virada com 9.77.

A partir daí, as séries pararam de bombar e o tempo foi passando. Na última onda da bateria, John John Florence pegou um lindo tubo e jogou a pressão nos juízes. O havaiano precisava de 9.88 e o resultado demorou muito para ser divulgado. Depois de muito suspense, o locutor anunciou a nota 9.87. O resultado ficou empatado em 19.77, mas Slater levou a melhor por ter obtido a maior nota do confronto.




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