Saúde - Médicos recebem com cautela notícia da eliminação do HIV em bebê


O mundo científico recebeu com alguma cautela o anúncio do tratamento bem sucedido de um bebê nascido com o vírus HIV. 

Exames frequentes não indicam a presença do HIV no organismo da menina, que hoje tem dois anos e meio de idade. Existem apenas vestígios que mostram que um dia a criança já foi infectada com o vírus. 
De acordo com a doutora Hanna Gay, que acompanhou o caso, durante a gravidez a mãe não tomou os medicamentos que poderiam impedir a transmissão do vírus à filha. 

Quando diagnosticaram a presença do HIV no sangue do bebê, os médicos agiram rapidamente: 30 horas depois do parto, começaram o tratamento com uma combinação de AZT, lamivudina e nevirapina. A intenção era impedir que o vírus se instalasse permanentemente no organismo. Apenas um mês após o início do tratamento, já não era possível detectar o HIV. 

Em casos como esse, o recomendado é usar os remédios de forma contínua. Mas, após um ano e meio, a mãe da criança interrompeu a medicação durante vários meses por conta própria. Quando a menina voltou ao consultório, a surpresa. 

"Eu esperava que o HIV tivesse voltado com força", conta a médica. “Mas os exames mostraram o contrário: nenhuma presença do vírus. O fato é que nós curamos a criança.” 

A vice-presidente da fundação para pesquisa da Aids, Rowena Johnston, acredita que o caso pode mudar o tratamento de recém-nascidos infectados com o HIV, mas ressalta que é preciso mais pesquisa para confirmar a cura. 

O clínico geral Fernando Ferry, coordenador do programa de pós-graduação em Aids da Unirio, comentou o procedimento: 

“Essa criança está com cura funcional. O teste é negativo, e a carga viral, com os métodos convencionais, não consegue ser identificada”, ressaltou. 

Apesar de ser um caso único, a chance de cura através de um tratamento intensivo, feito logo após o parto, traz esperança para famílias ao redor do mundo. Em 2011, segundo a ONU, 300 mil crianças nasceram infectadas com o vírus HIV, principalmente nos países mais pobres.


Fonte: Regiaonoroeste.com

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