Parceria entre PMC e Iphan vai viabilizar recuperação de monumentos históricos em Cabedelo.
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| Ruínas do Almagre (Foto: Michael Sampaio) |
O secretário do Turismo de Cabedelo, André Luiz Felisberto, reuniu-se, nesta quinta-feira (10), com o superintendente no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Paraíba, Cláudio Nogueira. Durante o encontro, que aconteceu na sede a Secretaria de Turismo (Setur), os gestores debateram o cronograma para as intervenções que vêm acontecendo nas Ruínas do Almagre, em Ponta de Campina.
O monumento, datado de 1598, está passando por um processo de recuperação e restauração, comandado pelo Iphan, e que vai contar com a parceria da Prefeitura Municipal de Cabedelo. Além das Ruínas, os gestores também conversaram sobre a situação do tráfego e ocupação da área da Fortaleza de Santa Catarina e a inserção do turismo via cruzeiro por meio do Porto de Cabedelo.
A previsão é que a limpeza, a sinalização básica, o cercamento e a iluminação das Ruínas do Almagre estejam concluídos até a primeira quinzena de abril. Enquanto isso, a Setur, juntamente com o trade turístico, deverá determinar a inclusão do monumento no roteiro turístico de Cabedelo e os critérios de visitação.
Para André Felisberto, o encontro com o superintendente do Iphan foi uma oportunidade de diálogo interinstitucional para solução dos problemas que atingem o desenvolvimento do turismo cabedelense.
“Qualifico a reunião como bastante positiva. Discutimos três assuntos que dizem respeitos às competências do Iphan, e estamos tendo um grande entendimento técnico no que tange ao desenvolvimento dessas três áreas. Em turismo, a cada passo que damos, tocamos os três entes de governo em nosso país, e é extremante importante a relação institucional entre as partes para que avancemos com uma velocidade muito maior. A velocidade que a população de Cabedelo merece ter”.
Já o superintendente o órgão federal, Cláudio Nogueira, destacou a importância da Prefeitura no processo de apropriação e gestão dos monumentos públicos.
“Quando falamos de patrimônio cultural, quer seja protegido em nível federal quer seja em nível estadual, falamos de um patrimônio da sociedade local. Isso significa que as instituições locais têm um papel importante na gestão do patrimônio, o que possibilita fazer uma gestão mais cotidiana, e também servir de ponte com o cidadão que é, afinal de contas, o dono desse patrimônio”, declarou.
Recuperação das Ruínas - De acordo com o superintendente do Iphan, o trabalho nas Ruínas do Almagre tem que ser feito por etapas. Atualmente, no que ele classificou como “conservação emergencial” - a cargo do Iphan -, está sendo feita a limpeza, a remoção de toda vegetação daninha à conservação da Ruína e o cercamento da área. A instalação da iluminação pública está a cargo da Prefeitura de Cabedelo.
Para as etapas subsequentes, o Iphan planeja a estabilização das Ruínas, através do processo de escoramento da estrutura. Posteriormente, elas deverão passar por uma anastilose, que é a recomposição do monumento com a recolocação, em suas posições originais, dos elementos que desmoronaram e encontram-se espalhados na área. A última fase do processo prevê a requalificação do Almagre.
“O que estamos tentando propiciar aqui é uma forma de apropriação desse monumento. Mesmo ele estando em um processo de recuperação, da requalificação que ainda vai levar alguns anos, queremos que a sociedade possa participar, acompanhar e conhecê-lo, bem como a todo processo de recuperação. Esperamos que, na última fase, tenhamos o trabalho de requalificação para garantir uma nova função para as Ruínas, como um bem cultural para a sociedade como um todo”, finalizou Nogueira.
Tombadas desde 1938 pelo Iphan, as Ruínas da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, conhecida como Igreja do Almagre, estão localizadas na praia de Ponta de Campina.
Erguida no final do século XVI, mais precisamente em 1598, a Igreja, em estilo barroco, foi construída no contexto do processo de conquista do território e de catequização dos indígenas na Paraíba.
O púlpito do Almagre é considerado pela Unesco como único no mundo inteiro, e um dos poucos que existem relacionados à missão indígena no litoral paraibano. O local foi idealizado pelos Filhos de São Francisco, que, após a retirada dos Filhos de Santo Inácio, assumiram suas missões nos aldeamentos.
Secom Cabedelo
Fonte: PMC
