Igreja do Almagre, em Cabedelo, revela traços do passado colonial paraibano
Mesmo em ruínas, ainda é possível identificar elementos arquitetônicos que remetem à riqueza da construção, a exemplo da vieira, símbolo recorrentemente utilizado pelo cristianismo para representar a peregrinação rumo ao céu.
Segundo pesquisa da historiadora Carla Mary, a Igreja do Almagre já constava em representações cartográficas do século 17, pois sua posição geográfica era estratégica para observação militar, de onde se podia divisar parte do acesso à foz do Rio Paraíba até a ponta do Cabo Branco. O nome “almagre”, segundo a pesquisadora, é de origem árabe e significa “argila avermelhada”, mas, no contexto colonial brasileiro, refere-se aos arrecifes avermelhados encontrados pelos portugueses na costa nordestina.
Apesar de constar numa das primeiras listas de bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938, as Ruínas do Almagre ainda esperam por algum tipo de intervenção que tornem a memória do lugar acessível a toda a população. Na leva de monumentos tombados naquele ano, havia mais duas ruínas da Paraíba: a Casa da Pólvora, em João Pessoa, e o Forte Velho, também em Cabedelo.
Foto: Roberto Guedes
Fonte: Jornal A União